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Cinco plots de Filhos de Janeiro que foram cortados da versão final

  • lmccabrero
  • 4 de nov. de 2021
  • 4 min de leitura

Escrever um livro não é tarefa fácil, você precisa contar uma história por páginas a fio e mantê-la interessante o máximo possível. E isso acarreta tomar diversas decisões ao longo do caminho, algumas até bastante difíceis. Meu primeiro livro, Filhos de Janeiro, completou um mês de lançamento e, para comemorar, conto um pouco sobre alguns plots da história que não chegaram à versão final.


Filhos de Janeiro conta a história de um futuro mudado pela superpopulação mundial em que um governo autoritário instaura a Lei da Proporção. A legislação permite a execução assistida de civis em troca de recursos para a subsistência da família. No meio dessa lei que começou a dar preço à vida das pessoas, um pequeno grupo é preso em uma trama repleta de reviravoltas e questionamentos sobre o quão longe podemos ir em prol de um objetivo.


Coloquei a primeira palavra dessa história lá em maio de 2018 e muita coisa mudou de lá pra cá, vamos conhecer os plots que ficaram para trás?


Natanael, Jonas, Gabriel, Vera, Victor e Alexandra. Os personagens principais de Filhos de Janeiro

As irmãs gêmeas


A primeira versão de Filhos de Janeiro contava com as irmãs Carla e Susana. Gêmeas e jovens, elas fariam parte do plano da Retribuição por força do acaso e, nos flashbacks, descobriríamos que elas se submeteram à Lei da Proporção por pressão dos pais.


Ao longo da história, Carla teria uma boa conexão com Natanael enquanto que a Susana faria parte de outro núcleo da história.


As duas personagens foram cortadas porque elas atrasariam demais o ritmo da história sem terem tanta importância para o plot principal. Mas nem tudo foi perdido, conexão da Carla foi aproveitada para criar a amizade entre o Natanael e o Jonas enquanto que toda a premissa por trás das duas foi usada para criar o Ádrian e a Íris, personagens que aparecem pouco, mas que foram essenciais para estabelecer o lugar da Alexandra na história.


Triângulo amoroso entre Gabriel, Victor e Susana


A relação entre o Victor e o Gabriel teve uma grande dose de desafios no meio do caminho, e ela por pouco não foi ainda maior. Uma das primeiras ideias para esses personagens foi incluir um triângulo amoroso entre eles contando com a Susana. Gabriel passaria grande parte do livro tendo que decidir com quem ficaria. Sim, o Gabriel é bi!


Esse triângulo amoroso foi cortado pelo mesmo motivo, iria atrasar demais a história e, convenhamos, o Gabriel já passa por dilemas demais no livro, ele não precisaria de mais um.


Mas que fique registrado no cânone: o Gabriel é bissexual sim!


A neta de Natanael seria o contato da Retribuição


Sabe a Melissa, a agente da Retribuição que adora pôr lenha na fogueira? Pois bem, a primeira versão da personagem era para ser a neta de Natanael.


Um dos mistérios do livro é descobrir quem era o contato da Retribuição responsável por passar informações do que acontecia na Torre Hera. E a resposta era Melissa Jaime, a neta de Natanael e peça chave para o clímax do livro.


A personagem foi cortada (com o nome e personalidade sendo reaproveitados na Melissa que foi para a versão final) porque era uma resposta complexa demais para um mistério que não era tão central assim para o livro.


Alguns elementos da Melissa-neta foram aproveitados depois na Almirante Zabala, fazendo mais sentido uma personagem com a autoridade que tem sendo a peça central para tudo que acontece na Torre Hera.


Um flashback apresentando a mãe de Alexandra


Uma das primeiras versões do livro contava com um capítulo em que a Alexandra reencontra sua mãe após anos separadas apenas para descobrir que a mulher seguiu a vida ignorando a existência da filha. Era um momento muito impactante para a personagem pensado para justificar muitos dos traços de personalidade dela.


Só que de certa maneira também era contraintuitivo justificar o comportamento dela com algo tão pessoal quando a tese da personagem é do potencial humano de ajudar os outros sem esperar nada em troca.


O marido de Vera teria uma participação na história


Uma das coisas mais bacanas da Vera é que ela é uma personagem mais marginal aos plots principais do livro. Ela traz a tese de pessoas que apenas sobrevivem no mundo de Filhos de Janeiro sob um aspecto de neutralidade sem entenderem que “apenas sobreviver” já é um grande posicionamento.


Um dos plots deixados de lado no livro dizia respeito ao ex-marido de Vera, que no livro a abandonou quando Ivan era apenas uma criança. Esse ponto nem chegou a ir para o papel, sendo apenas uma anotação em algum post-it, mas Vera em um determinado momento da história revelaria ter mantido contato com o ex-marido ao longo de vários anos, com ele optando por seguir Felícia e a Retribuição ao invés de manter o relacionamento com a família.


Esse ponto da personagem acabou ficando para trás na ideia de manter a jornada da Vera o mais simples possível. Ela é uma personagem que entra no mundo da Retribuição por pura coincidência e é muito interessante explorar a maneira que ela cresce na história estando tão desconectada dos plots principais, colocar o ex-marido tendo uma relação estreita com a Retribuição, apesar de interessante, quebraria esse aspecto da personagem.


Escrever demanda uma série de escolhas, algumas difíceis, outras que fazem muito sentido, o que importa é ir testando e contando sempre a melhor história possível.


Filhos de Janeiro já está disponível na Amazon/Kindle Unlimited.

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